sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Baby fashionista.

Hoje, é possível vestir um bebê ou uma criança com grife da cabeça aos pés. Mas quem são os pais e avós que compram estes artigos para seus poshbabies? Análises indicam que são pais que têm em média 2 filhos, em geral apenas 1, têm mais de 30 anos e renda pessoal elevada. Depois de planejarem o filho por alguns anos e já terem gasto o suficiente com seus próprios caprichos e desejos, reservam boa parte de seu orçamento para o filho(a). Eles não economizam e vêem nos presentes materiais uma forma de compensação emocional e psíquica, porque têm pouco tempo para o filho, já que trabalham fora geralmente, e por verem nestes gastos uma experiência muito mais um gesto sentimental que propriamente uma ação material. Muitos destes pais e avós também vêem neste consumo uma forma de se vingar de uma infância mais humilde ou esforçada, ou uma forma pronunciada de um consumo mais indulgente e emocional.
O mercado, hoje de olho neste segmento, oferece artigos mais segmentados/diferenciados e investe mais em marcas e lojas, design e tecnologia para este target: Dolce & Gabbana, Armani, Dior, Chloé, Missoni são algumas das marcas internacionais que começaram a fidelizar clientes desde o berço. Os bebês- celebridades também ajudam a dar força à tendência.

As fotos da pequena Suri, filha de Tom Cruise e Katie Holmes, vestida de Burberry correram o mundo.
Carrinhos e velocípedes de marcas de luxo custam de 400 a 40.000 dólares – de um modelo Modena de 1000 reais a um Testarossa, ambos da Ferrari, que não sai por menos de 100 mil reais, passando por modelos da BMW e Mercedes no valor médio de 25 mil reais.
E vêm mais opções por aí: o designer John Galliano, da Dior, prepara uma coleção especial para a Diesel, marca italiana de jeans que hoje já atua neste nicho com a Diesel Kids.
No Brasil, há poucas alternativas de roupas de estilistas internacionais para crianças. Mas quem está no ramo não se arrepende. “Acabamos de vender um enxoval de R$ 6 mil para um político do Nordeste”, conta Márcia Tontvianne, supervisora da loja Petit Lippe, do Rio de Janeiro, que comercializa Baby Dior na unidade do shopping Fashion Mall. É o único endereço no País que vende a linha infantil da Dior. Há dois anos, a Petit Lippe iniciou a parceria com a grife e atualmente recebe cerca de 200 peças por coleção de zero a seis anos. Os preços vão de R$ 140 por um body a R$ 1.400 por um mandrião para batizado. “O nosso cliente viaja muito e costuma comprar lá fora. Mas sempre tem um presente de última hora e aí eles vêm aqui”, diz ela.
E quando falamos em linha infantil, não se trata apenas de roupas, calçados e/ou enxoval.
A Dior, por exemplo, possui em sua linha de produtos, desde mamadeiras e ursos até sapatilhas douradas, maiôs (77euros) e coats (230euros) com estampa de leoparado.
Quem quer fugir do padrão das roupas tradicionais e apostar no diferencial de um designer para vestir o filho com estilo também tem opções nacionais. O inventivo Ronaldo Fraga foi um dos primeiros a confeccionar roupas para crianças. A Ronaldo Fraga para Filhotes foi criada sem grandes pretensões há cinco anos, quando nasceu o primeiro filho dele, Ludovico. Hoje, tem espaço próprio nas lojas de São Paulo e Belo Horizonte e vende desde peças mais baratas, como shorts (R$ 35), até as mais elaboradas, como vestidos de patchwork em tafetá (R$ 435). Ronaldo apoiase na cor, no humor e em pequenas delicadezas feitas à mão e ilustradas com elementos da cultura brasileira para confeccionar as peças destinadas a crianças de zero a dez anos.
A estilista Cris Barros decidiu lançar a Cris Barros Mini para meninas de um a 12 anos depois que viu uma cliente cortar o próprio vestido longo para vestir a filha. “Sempre houve pedidos para fazer roupas para crianças, mas até esse episódio eu não levava isso muito a sério”, conta ela, que ainda não tem filhos. Esta coleção de verão, a primeira da linha infantil, teve ampla aceitação, segundo a estilista. Criadora de peças delicadas e femininas, Cris adaptou os mesmos modelos e estampas dos adultos para as meninas. Mãe e filha podem sair iguaizinhas. “É uma delícia fazer roupas para crianças, é um mercado bacana, que tem apelo fácil”, diz ela.
A designer Isabela Capeto prepara sua primeira coleção solo de roupas infantis para meninas de quatro a dez anos. Em setembro passado, ela lançou alguns modelos em parceria com a Petit Retrô. “É um mundo diferente, dá para criar mais, fazer peças mais divertidas”, diz a estilista. Mãe de Francisca, de nove anos, ela sabe, porém, que este é um universo muito próprio. “Quando eles gostam, amam. Mas, quando odeiam, não há o que uma mãe possa fazer para eles usarem a peça”, afirma. Isabela sabe bem do que está falando. Famosa pelas roupas com um toque artesanal, está conformada com o estilo básico, jeans e camiseta, da filha. “A marca de que ela mais gosta é a Gap.”

Embora represente um mercado restrito e pouco rentável ainda, as marcas de luxo entendem que é preciso fidelizar estes poshbabies afortunados bem cedo. Não só estas empresas e holdings do luxo querem mimar e fidelizar estes ‘jovens’ clientes afortunados precocemente mas também investir em um segmento que tende a crescer no futuro e oferecer uma linha completa de produtos não só para os avós babyboomers e os pais, mas sobretudo para os seus netinhos: teens, tweens, crianças e bebês. Estudiosos do consumo infantil como James McNeal chegam a afirmar que, a partir dos 2 anos de idade, a criança já pode reconhecer uma marca.

•O segmento de vestuário infantil equivale a 15% do mercado total.

•O faturamento do setor em 2006 foi de US$ 2,41 bilhões.

•As confecções para meninas representam cerca de 70% das peças vendidas.

•Cerca de 1 bilhão de peças são produzidas anualmente.

Fonte: arquivo pessoal.

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