sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Adultos em miniatura.

Cada vez mais vaidosas, as crianças estão trocando os brinquedos por espelhos.


Não, essas meninas não estão fazendo as unhas para ir a uma festinha logo mais à noite. Elas já estão na festa. Em Nova York, uma mãe pagou para que uma casa de festas diferente fizesse na filha e em suas amiguinhas o que um salão de beleza de verdade faria em suas clientes: unha, cabelo e até tatuagem de hena.

Uma pesquisa superficial em lojas de cosméticos revela que o mercado de beleza para crianças está em alta. A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) foi mais a fundo nessa premissa e, com base em estudos em vários estados, concluiu que as linhas infantis cresceram mais de 40% em dois anos. Segundo a Associação, o crescimento representa um movimento de aproximadamente R$ 200 milhões na economia.
Os dados são animadores quando se pensa nas vantagens para a saúde e prevenção da criança. Contudo, entre condicionadores, óleos e hidratantes direcionados ao público infantil, existem alguns itens que denunciam uma vaidade precoce. Blushes, batons, esmaltes, sombras, bijouterias e até mesmo fixador de cabelos também têm lugar de destaque nas gôndolas, atraindo a atenção dos pequenos. Isso sem falar nas soluções “radicais”, como a das irmãs Danielly e Larissa de Oliveira, 7 e 5 anos, que queriam domar as madeixas naturalmente encaracoladas com uma seção de escova progressiva, a novidade da vez.
No comércio de roupas, as crianças também estão mais decididas e, em muitos casos, apontam o que querem levar. Vanessa Pedroso, 5, por exemplo, escolheu a dedo a maioria de seus 26 pares de sapatos. Exigente, costuma passar um bom tempo diante do espelho, fazendo combinações “fashion”, que incluem batom e bolsa a tiracolo.
Nem os meninos escapam da mira da vaidade. Tênis, relógios e bonés de grife estão no topo da lista de desejos de consumo, atrás apenas do corpo “sarado” e musculoso do irmão mais velho. Mas justiça seja feita: a vaidade das meninas ainda é mais acentuada. Um penteado fora do lugar ou uma sandália de mal gosto pode ser o suficiente para excluir uma garota do grupo, o que não costuma acontecer com os garotos, já que seu critério de seleção de amizades é mais no nível da conquista pessoal.
A vaidade na infância é mais um daqueles assuntos em que o equilíbrio por parte dos pais é necessário. Obviamente, cabe a eles transmitir a seus filhos o controle de seus impulsos, já que eles não possuem nenhuma maturidade para decidir por si só. A regra fundamental é estabelecer limites para a vaidade.
Tão importante quanto estabelecer limites é dar o exemplo, principalmente em pequenos exemplos: não seguir rigorosamente as modas, não ser neurótico com aquele pneuzinho a mais, não gastar em roupas compulsivamente, etc. Mostre a seu filho que, afinal de contas, a aparência é importante, sim – mas não é tudo.

Fonte: arquivo pessoal.

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