quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Conversando sobre alimentação.

A alimentação e a nutrição adequadas são requisitos essenciais para o crescimento e desenvolvimento das crianças. Mais do que isso: são direitos humanos fundamentais, pois representam a base da própria vida. Até 1 ano a criança cresce num ritmo acelerado. Depois dessa fase ela passa a crescer menos. Por isso as mães não devem se preocupar demasiadamente quando seus filhos não comerem pratos cheios, como a maioria delas gostariam. Nessa idade é comum também eles não darem o devido valor aos alimentos. Na verdade estão muito mais interessados no mundo que os cercam. Preferem brincar com os talheres do que comer. Às vezes, um objeto desconhecido chama muito mais a sua atenção do que uma fruta. É preciso muita calma e paciência para alimentá-los nessa fase.
dez passos da alimentação saudável para crianças brasileiras menores de dois anos:
-Passo 1: dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou quaisquer outros alimentos;
-Passo 2: a partir dos seis meses, oferecer de forma lenta e gradual, outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais;
-Passo 3: a partir dos seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia se a criança receber leite materno e cinco vezes ao dia, se já tiver desmamado;
-Passo 4: a alimentação complementar deve ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da criança;
- Passo 5: a alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher; deve começar com consistência pastosa (papas, purês) e, gradativamente, deve ter sua consistência aumentada, até chegar à alimentação da família;
-Passo 6: oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida;
-Passo 7: estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições;
-Passo 8: evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação;
-Passo 9: cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados;
-Passo 10: estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.

Do everything beautifully:
Na hora de preparar alimentos para a criançada é preciso criatividade. Segundo a nutricionista Deise Regina Baptista Mendonça, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), as refeições devem ser servidas em pratos coloridos, não se deve misturar muitos sabores, nem exagerar nos temperos. Transformar a ocasião em um momento de confraternização pode fazer a diferença.
O primeiro método é do apelo estético: comprar utensílios divertidos, arrumar os alimentos no prato formando figurinhas, carinhas, bichinhos...a idéia é comer "as arvorezinhas do jardim", ou "o cabelo da menina", e não o brócolis!
O efeito psicológico de trocar o nome real das vegetais pelo genérico "verdurinha" é sem dúvida muito positivo. Verdurinha soa muito mais amigável e inofensivo aos impressionáveis ouvidos infantis do que brócolis, agrião, escarola, chicória...! Funciona.

Dicas para preparar a alimentação das crianças de 1 ano a 3 anos:
1. Estimule a criança a comer legumes e saladas. Para isso ela precisa de exemplos, ou seja, os adultos devem comer o mesmo tipo de alimentos.
2. Não disfarce as verduras e legumes na alimentação das crianças, pois elas não gostam de serem enganadas. É mais correto ensiná-la a comer beterraba, por exemplo, em preparações coloridas e atraentes do que cozê-la no feijão para que a criança não perceba.
3. Varie a apresentação da alimentação da criança. Elas gostam de cardápios atraentes e coloridos, mas sem sofisticação.
4. Crianças não toleram preparações apimentadas ou com execesso de tempero. O sabor suave é que mais lhe agradam.
5. Pratos muito cheios não estimulam a criança a comer bem.

As frutas:
Nessa idade a criança deve comer em torno de três frutas diferentes por dia, sendo que uma delas deve ser fonte de vitamina C, como laranja, goiaba, morango, caju, acerola, abacaxi ou kiwi. Sempre que possível, varie as frutas, e não adicione açúcar, assim a criança conhece o verdadeiro sabor de todas elas. Os sucos podem substituir as frutas, porém coloque pouco açúcar e não coe.

O leite:
Para atender às necessidades de cálcio, as crianças precisam tomar de 3 a 4 copos de leite por dia. Essa medida tanto pode ser ingerida como bebida ou usada nas preparações que a criança gosta. Além disso, o leite pode ser trocado por iogurte ou queijo.

As carnes:
A criança pode comer qualquer tipo de carne, incluindo a de boi, frango, peru, suíno e peixe. Esses alimentos são boas fontes de proteínas e os melhores fornecedores de ferro. As vísceras, como coração e fígado, podem perfeitamente substituir as carnes com a vantagem de apresentarem mais concentração de ferro. Mas não exagere. Excesso de carne não é saudável, pois aumenta a quantidade de proteínas e pode prejudicar o crescimento da criança.

Os legumes e as verduras:
Todos os dias a criança deve comer no mínimo 4 ou 5 legumes, na forma de saladas, sopas e legumes cozidos. Sem falar da necessidade do vegetal folhoso, que pode ser adicionado no preparo de outros pratos, como arroz e tortas salgadas. Estimule-a a comer salada. Se houver rejeição e cara feia, prepare o prato de maneira que fique colorido e com boa apresentação. Esse macete costuma atrair a atenção dos pequenos. Além disso, é essencial que os pais e os mais velhos também comam salada, pois de nada adianta incentivar a criança se ela não tem exemplos.

Os cereais, pães e massas:
Esse grupo de alimentos é a base da alimentação. A criança deve comer, por dia, pelo menos 6 porções, que inclui o arroz, massas, trigos, cereais matinais, pães, biscoitos, mandioca, batata, inhame, cará, batata-doce e as farinhas. Sempre que possível, prepare os biscoitos e pães que serão oferecidos à criança. Em casa, eles podem ser elaborados com alimentos saudáveis e sem exagero de açúcar, gorduras, corantes e aromas artificiais.

O açúcar:
O açúcar refinado, mascavo e o mel são alimentos energéticos, que devem estar presentes na alimentação da criança. Mas não exagere: primeiro para não exceder nas calorias, e segundo, para não acostumá-la ao sabor doce.

O azeite de oliva:
É conveniente que as refeições e os alimentos da dieta continuem sendo preparados com óleo de boa qualidade. É garantia adicional de uma vida saudável no futuro. Por isso, recomenda-se o azeite de oliva. Ele é mais saudável, tem pouca gordura saturada e o seu uso habitual está relacionado com baixos índices de problemas cardiovasculares e aumento da expectativa de vida. A utilização de 2 colheres (sopa) de azeite de oliva no preparo das refeições principais (almoço e jantar) de crianças de um a três anos, suprem suas necessidades dos ácidos graxos essenciais. Saiba que o azeite de oliva pode substituir a manteiga e a margarina na elaboração de biscoitos, pães e bolos.

Os chocolates e guloseimas:
Embora não sejam proibidos, procure não oferecer esses alimentos para as crianças pequenas, pois não fazem falta numa alimentação saudável. Se ela tiver acesso, tenha o cuidado de serví-las após as refeições, como sobremesa ou parte de um lanche. Sempre em quantidades limitadas.

A seguir uma relação com importantes dicas para melhorar o consumo alimentar de seu filho(a):
·A criança precisa ter horários predeterminados para a ingestão de qualquer alimento. É comum dar mais importância para o café da manhã, almoço e jantar, deixando os lanches, biscoitos e as guloseimas sem padrão de horário.
·É importante um intervalo entre as refeições de duas a três horas. A criança deve aprender, desde pequena, a comer nos horários determinados pela família, pois assim reforçam os bons hábitos alimentares e a convivência familiar. Um criança que não tem intervalos razoáveis entre as refeições, ela se adapta a falta de horário, não se alimentando bem no almoço e no jantar.
·Não oferecer alimentos entre as refeições. Quando a criança recusa a refeição principal, não se deve oferecer outro alimento no lugar, não forçá-la nem agradar-lhe. Neste caso, o melhor é aguardar mais meia hora ou uma hora e oferecer novamente a mesma refeição.
·Diminuir os líquidos entre as refeições. Durante as refeições as bebidas precisam ser controladas, pois a criança troca facilmente a refeição por sucos ou refrigerantes. Os refrigerantes podem ser dados, mas sempre de forma limitada. Nos finais de semana, por exemplo.
·Não recompensar nem ameaçar a criança que não come.
·Ter firmeza e equilíbrio. Quando a criança se alimentar fora de hora ou comer, com freqüência, alimentos inadequados, pode ocorrer prejuízos no seu estado nutricional.
·Colocar pouca comida no prato. O volume da refeição da criança de 1 a 6 anos deve ser adequado à sua pequena capacidade gástrica. Pratos grandes, além de não estimulá-la, trazem aversão, pois ela já se satisfaz só de olhar. O correto é colocar um pouco de cada preparação no prato, se ao final da refeição houver um pedido de mais comida, é conveniente servir uma porção menor do que a primeira.
·Evitar artifícios para estimular a alimentação: aviãozinho, televisão.
·Uma forma válida de estimular a ingestão de alimentos é elaborar pratos com alimentos não aceitos pela criança. Por exemplo com batata é possível fazer bolinhos, tortas ou batatas recheadas.
·Evite alimentos muito energéticos antes das refeições. Criança que come biscoitos, sorvetes, doces, salgadinhos ou qualquer outro alimento, antes do almoço ou do jantar, rejeitará a refeição e solicitará algo para comer logo depois, estabelecendo um ciclo vicioso.
·Os pais precisam dar exemplo de alimentação saudável: as crianças copiam os modelos alimentares dos pais e de pessoas que admiram. Se a família tem bons hábitos, a criança os incorpora com o passar do tempo. Quando ela rejeita qualquer alimento, o melhor é não insistir, mas sim dar exemplos.

Fonte: arquivo pessoal.

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