A divulgação generalizada de que os alimentos consumidos pela mãe podem “passar” para o leite ou fazer mal para o bebê frequentemente cria insegurança levando muitas mães a fazerem dietas desbalanceadas comprometendo assim a composição do leite materno e até mesmo o emagrecimento materno no período pós-parto.
É muito importante considerar que a cólica intestinal é comum (e normal) até o 3º mês do bebê, já que este é um período de adaptações fisiológicas muito importantes no trato digestivo da criança. Bebês com mais sensibilidade vão sentir mais, bebês mais tolerantes sentem menos.
Sabemos que quantidades excessivas de alguns alimentos como leite e derivados, chocolate, feijão, café, ovo, chá preto ou mate e refrigerantes podem agravar as cólicas intestinais em bebês com até 3 meses.
A orientação nutricional materno-infantil é fundamental para garantir mais tranquilidade para mãe e filho neste período.
Como identificar se a cólica é intestinal ou emocional ?
O primeiro passo é tentar identificar um padrão de horários nas queixas do bebê. Um caderninho de anotações pode ser muito útil neste momento. A cólica intestinal geralmente acontece 20-30 minutos após as mamadas. A criança chora, contrai o abdômen e fica irritada. As causas mais comuns das cólicas intestinais são:
- amamentação inadequada (pega do bebê na mama, posição do bebê no colo da mãe);
- intervalos muito curtos entre uma mamada e outra por insuficiência de esvaziamento da mama, neste caso há sobrecarga de lactose que vai induzir fermentação intestinal nos bebês.
Já a cólica emocional pode estar relacionada com a condição emocional da mãe ou do ambiente familiar (barulho e agitação). Esse tipo de cólica tende a acontecer em apenas um momento do dia, geralmente no final da tarde ou à noite. Acariciar a barriguinha da criança, conversar com ela ou colocar uma música suave pode ajudar a aliviar a tensão deixando-a mais calma.
A oferta de chás e mel (que é muito comum) é TOTALMENTE contra-indicada. O mel é passível de contaminação por esporos de Clostridium bolulinum e não deve ser consumido para bebês menores de 1 ano. Os chás por ocuparem espaço no estômago dos bebês induzem a redução da ingestão de leite materno podendo o comprometer a amamentação (e muitas vezes antecipa o desmame).
Quando é que a mãe pode iniciar a dieta pós-parto para emagrecimento (e garantir uma amamentação tranquila) ?
O planejamento da dieta para o período pós-parto deve ser feito pelo profissional nutricionista (materno-infantil) na última consulta do acompanhamento nutricional pré-natal, ou alguns dias após o parto , quando a mulher já se sentir em condições de sair de casa.
O quanto antes a mãe começa o acompanhamento nutricional mais efetivo será o emagrecimento, já que neste período podemos contar com um enorme gasto energético decorrente da produção de leite.
A dieta para este período deve priorizar um emagrecimento lento e gradual que não venha a comprometer os níveis de energia da mãe (assegurando assim uma amamentação tranquila).
Dietas muito restritivas e desbalanceadas podem facilmente comprometer o sucesso da amamentação interferindo no estado nutricional materno-infantil.
Lara Garcia – CRN 3373-1
Nutricionista Materno-infantil
Nutricionista Especialista em Obesidade e Emagrecimento
Fonte: Arquivo pessoal.
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